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"Forma, Substância e Diferença", de Gregory Bateson

[Bateson, G. (2000). Steps to an ecology of mind: Collected essays in anthropology, psychiatry, evolution, and epistemology. University of Chicago press.] Devo dizer que é uma honra extraordinária estar aqui nesta noite, e um prazer. Estou com um pouco de medo de todos vocês, e tenho certeza de qu há pessoas aqui que conhecem melhor do que eu todos os campos do conhecimento mencionados. É verdade que tangencio vários campos, e provavelmente posso encarar qualquer um aqui e dizer que já estudei um campo que você não estudou. Mas tenho certeza de que para cada campo que menciono, há pessoas aqui que sabem muito mais do que eu. Não sou um filósofo formado, filosofia não é o meu campo. Não sou um antropólogo formado, e antropologia não é o meu campo.  Mas tentei fazer uma coisa com que Korzybski se preocupava muito, e que preocupa todos o movimento semântico: estudei a área de impacto entre o pensamento muito abstrato e formal de um lado e a história natural do ser humano e das outras cria

O CONTO DO MORTO, de Willard E. Hawkins

[ publicado originalmente em Weird Tales v1, n1, março de 1929. ]  A curiosa narrativa que se segue foi encontrada entre os papéis do falecido Dr. John Pedric, investigador psíquico e autor de obras ocultistas. Ela apresenta evidências de ter sido recebida por meio de escrita automática, assim como várias de suas publicações. Infelizmente, não há registros que confirmem tal suposição, e nenhum dos médiuns ou assistentes por empregados em seus trabalhos de pesquisa admite ter esse conhecimento. Possivelmente - pois o Doutor tinha a reputação de possuir poderes psíquicos - ele pode tê-las recebido desse modo. De qualquer forma, a falta de dados inutiliza o texto como documento para a Society for Psychical Research. Ele foi publicado por pelo interesse ou significado intrínseco que possa ter. Com referência aos nomes mencionados, podemos acrescentar que não são confirmados pelos registros do Departamento de Guerra. Pode-se sustentar, entretanto, que nomes fictícios foram inseridos de prop

A escadaria circular, de Mary Roberts Rineheart. Capítulo 1: UMA CASA NO CAMPO [versão 1]

[NOTA: tradução pensada para imitar a fala de uma narradora não muito letrada, em português brasileiro ] Essa é a história de como uma solteirona ficou louca, abandonou seus bens domésticos na cidade, alugou uma casa mobiliada no interior, durante o verão, e viu que tava envolvida em um desses crimes de mistério que deixam felizes os jornais e as agências de detetives. Por vinte anos eu vivi no conforto; vinte anos com flores na varanda na primavera, carpetes limpos, os toldos postos e a mobília coberta com linho cru; pelos mesmos vinte verões eu tinha dado tchau pros meus amigos e, depois que se foram, tinha me acampado em uma casinha bem pacata na cidade, onde o correio vinha três vezes por semana, e a água não dependia de um tanque no telhado. Daí — fiquei louca. Quando penso nos meses que passei em Sunnyside, fico pensando se sobrevivi de verdade. Desse jeito, acabo mostrando as cicatrizes da minha experiência. Fiquei grisalha — a Liddy me lembrou disso, ontem mesmo, dizendo que um

Apresentação

 Oi todo mundo! Este blog tem uma missão: botar a público traduções literárias que faço ou que supervisiono, reviso, em parcerias diversas, com alunos ou colegas. Tratam-se sempre de traduções em domínio público, em geral da língua inglesa, mas outros idiomas podem aparecer.  Serve para divulgar obras às vezes esquecidas, coisas raras e coisas que interessam a comunidade de leitores. Boa leitura, D.